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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
domingo, 17 de fevereiro de 2013
REGIMENTO INTERNO 2013
O REGIMENTO INTERNO FOI APROVADO POR ASSEMBLÉIA ESCOLAR REALIZADA NA SEMANA PEDAGÓGICA / 2013 E É PARTE INTEGRANTE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA EC10 DE TAGUATINGA.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Uma Resenha : Documentos de Identidade - Tomás Tadeu da Silva
Para começar a entender o novo currículo da SEEDF:
SILVA, Tomás Tadeu da. Documentos de Identidade:Uma Introdução às teorias do currículo.Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 156p. 18x18cm.
SILVA, Tomás Tadeu da. Documentos de Identidade:Uma Introdução às teorias do currículo.Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 156p. 18x18cm.
Tomás Tadeu da Silva é autor de diversos livros que versam sobre currículo, escritos tanto individualmente quanto em parceria com autores consagrados como Michael Apple e Pablo Gentili. O que produz e o que reproduz em educação, Identidades terminais são produções suas. Outras obras referenciais sobre currículo foram organizadas por ele, que também faz parte do conselho editorial das revistas Curriculum Studies, Journal os education Policy, discourse e Heuresis. Tomás Tadeu da Silva é, ainda, professor do programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Desde seu surgimento como campo especializado de pesquisa na década de 20, o currículo esteve sendo analisado sob perspectivas diferentes: a TRADICIONAL, mantendo-se politicamente neutra, declarando-se científica, centrando-se mais nas questões técnicas de elaboração do currículo, com fortes características de aceitação: conteúdos não contestados. A perspectiva CRÍTICA, onde a ênfase pedagógica é deslocada para conceitos claramente marxistas de ideologia e poder. E, finalmente, a perspectiva PÓS-CRÍTICA, procurando enfatizar construções discursivas históricas e sociais.
Documentos de Identidade aborda, com riqueza de informações, tais perspectivas traçando um amplo panorama elucidativo de quanto foram e continuam sendo centrais questões de poder implícitas ao currículo.
As teorias tradicionais do currículo têm na obra The Curriculum, de Bobbit, publicada em 1918, seu marco fundamental. Aí, Bobbit concebe a escola em termos absolutamente técnicos, baseando-se no modelo industrial e na administração científica"de Frederick Taylor com estabelecimento de objetivos, métodos e mensuração precisa de resultados. Uma escola voltada para o desenvolvimento de habilidades necessárias para o exercício profissional. Ralph Tyler consolidaria a teoria de Bobbit em 1949. Antes disso, porém, temos John Dewey, com uma versão tradicional considerada progressista, onde as experiências das crianças e jovens passam a ter grande importância e a educação, longe de ser apenas local de preparo para a vida adulta, seria "local de vivência e prática de princípios democráticos".
Tanto o modelo tecnocrático quanto o progressista das teorias tradicionais sao claramente uma reação ao curriculo humanista clássico centrado no aprendizado das artes liberais (trivium, quadrivium) cujo ideal de formar o homem de espírito elevado não pôde sobreviver à democratizaçào do ensino secundário.
As teorias críticas marxistas têm com ícone Althusser, cujas análises forneceram as bases para as críticas marxistas posteriores. Segundo esse teórico, a reprodução social se dá através dos aparelhos de reprodução do estado (repressivos e ideológicos), entre os quais destaca-se a escola, com inculcação de conteúdos. As teorias de Althusser encontram eco posteriormente em Baudelot & Establet. Dentro ainda das análises críticas marxistas do currículo, temos Bowles & Gintis, apregoando a reprodução social através da inclucação de atitudes, ou seja, a vivência de relações que espelham a subordinação do trabalhador.
Fugindo às análises crítico-marxistas, temos Bourdieu & Passeron, descrevendo os processos concomitantes de imposição da cultura dominante e ocultação da imposição resultando na exclusão da classe subordinada da escola uma vez que esta está estruturada dentro dos padrões dominantes.
Reagindo às concepções técnicas do currículo surgem, dentro das perspectivas críticas os chamados "reconceptualistas" (Fenomenologia, Marxismo, Hermenêutica, Autobiografia). A Fenomenologia propõe colocar entre parênteses os conhecimentos que temos de mundo.
Em Documentos de Identidade, Tomás Tadeu da Silva explicita ainda a colaboração dadas por Michael Apple, Henry Giroux, Paulo Freire, Michael Young e Basil Bernstein às análises do currículo. As idéias de Apple e Giroux segundo as quais o currículo não se constitui num campo neuro, mas sim num campo de resistência, de contestação; os conceitos de "educação bancária" e "educação problematizadora" de Paulo Freire; bem como as idéias de códigos restrito e elaborado de Basil Bernstein vão se acumulando e complementando-se ao longo da leitura oferecendo consistência e embasamento ao leitor.
As teorias pós-críticas do currículo estão centradas nas análises discursivas, na construção social e no multiculturalismo que não deixa de ser uma continuidade das teorias críticas com a diferença de que esta última dava especial ênfase nas dinâmicas de classe enquanto as teorias pós-criticas envolvem na discussão outras dinâmicas tais como gênero, etnia, raça, sexualidade. Nas teorias pós-críticas as questões centrais passam a ser: como a identidade dominante (branca, masculina, heterossexual) se tornou referencial através da qual as identidades subordinadas são construídas ? Quais mecanismos sustentam a posição dominante de determinados grupos ?
A conclusão básica do autor é a mesma à qual chega o leitor mesmo antes do final da obra: currículo é questão de poder e de identidade. Nossa identidade foi construída em decorrência dos diversos currículos que acessamos ao longo da vida.
Documentos de Identidade é uma obra rica em citações bibliográficas que visam ao contato e aprofundamento do leitor com os referenciais originais citados no texto.
A estratégia de comparação é usada de modo indireto pelo autor que coloca idéias similares, complementares ou opostas de forma que o próprio leitor estabelece as relações de oposição ou semelhança.
Objetiva e de inegável valor, a obra não pode deixar de ser lida. Especialmente pelos profissionais da Secretaria de Educação do Distrito Federal no momento em que esta nos apresenta um novo currículo a ser validado e nos lança nas discussões relativas à compreensão do papel que a educação tem exercido socialmente.
Resenha por: Quedma Silva
Documentos de Identidade aborda, com riqueza de informações, tais perspectivas traçando um amplo panorama elucidativo de quanto foram e continuam sendo centrais questões de poder implícitas ao currículo.
As teorias tradicionais do currículo têm na obra The Curriculum, de Bobbit, publicada em 1918, seu marco fundamental. Aí, Bobbit concebe a escola em termos absolutamente técnicos, baseando-se no modelo industrial e na administração científica"de Frederick Taylor com estabelecimento de objetivos, métodos e mensuração precisa de resultados. Uma escola voltada para o desenvolvimento de habilidades necessárias para o exercício profissional. Ralph Tyler consolidaria a teoria de Bobbit em 1949. Antes disso, porém, temos John Dewey, com uma versão tradicional considerada progressista, onde as experiências das crianças e jovens passam a ter grande importância e a educação, longe de ser apenas local de preparo para a vida adulta, seria "local de vivência e prática de princípios democráticos".
Tanto o modelo tecnocrático quanto o progressista das teorias tradicionais sao claramente uma reação ao curriculo humanista clássico centrado no aprendizado das artes liberais (trivium, quadrivium) cujo ideal de formar o homem de espírito elevado não pôde sobreviver à democratizaçào do ensino secundário.
As teorias críticas marxistas têm com ícone Althusser, cujas análises forneceram as bases para as críticas marxistas posteriores. Segundo esse teórico, a reprodução social se dá através dos aparelhos de reprodução do estado (repressivos e ideológicos), entre os quais destaca-se a escola, com inculcação de conteúdos. As teorias de Althusser encontram eco posteriormente em Baudelot & Establet. Dentro ainda das análises críticas marxistas do currículo, temos Bowles & Gintis, apregoando a reprodução social através da inclucação de atitudes, ou seja, a vivência de relações que espelham a subordinação do trabalhador.
Fugindo às análises crítico-marxistas, temos Bourdieu & Passeron, descrevendo os processos concomitantes de imposição da cultura dominante e ocultação da imposição resultando na exclusão da classe subordinada da escola uma vez que esta está estruturada dentro dos padrões dominantes.
Reagindo às concepções técnicas do currículo surgem, dentro das perspectivas críticas os chamados "reconceptualistas" (Fenomenologia, Marxismo, Hermenêutica, Autobiografia). A Fenomenologia propõe colocar entre parênteses os conhecimentos que temos de mundo.
Em Documentos de Identidade, Tomás Tadeu da Silva explicita ainda a colaboração dadas por Michael Apple, Henry Giroux, Paulo Freire, Michael Young e Basil Bernstein às análises do currículo. As idéias de Apple e Giroux segundo as quais o currículo não se constitui num campo neuro, mas sim num campo de resistência, de contestação; os conceitos de "educação bancária" e "educação problematizadora" de Paulo Freire; bem como as idéias de códigos restrito e elaborado de Basil Bernstein vão se acumulando e complementando-se ao longo da leitura oferecendo consistência e embasamento ao leitor.
As teorias pós-críticas do currículo estão centradas nas análises discursivas, na construção social e no multiculturalismo que não deixa de ser uma continuidade das teorias críticas com a diferença de que esta última dava especial ênfase nas dinâmicas de classe enquanto as teorias pós-criticas envolvem na discussão outras dinâmicas tais como gênero, etnia, raça, sexualidade. Nas teorias pós-críticas as questões centrais passam a ser: como a identidade dominante (branca, masculina, heterossexual) se tornou referencial através da qual as identidades subordinadas são construídas ? Quais mecanismos sustentam a posição dominante de determinados grupos ?
A conclusão básica do autor é a mesma à qual chega o leitor mesmo antes do final da obra: currículo é questão de poder e de identidade. Nossa identidade foi construída em decorrência dos diversos currículos que acessamos ao longo da vida.
Documentos de Identidade é uma obra rica em citações bibliográficas que visam ao contato e aprofundamento do leitor com os referenciais originais citados no texto.
A estratégia de comparação é usada de modo indireto pelo autor que coloca idéias similares, complementares ou opostas de forma que o próprio leitor estabelece as relações de oposição ou semelhança.
Objetiva e de inegável valor, a obra não pode deixar de ser lida. Especialmente pelos profissionais da Secretaria de Educação do Distrito Federal no momento em que esta nos apresenta um novo currículo a ser validado e nos lança nas discussões relativas à compreensão do papel que a educação tem exercido socialmente.
Resenha por: Quedma Silva
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
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