Há
muito, muito tempo, antes da chegada dos primeiros bandeirantes ao Planalto
Central, existia uma tribo indígena: os Goiases. De acordo com a lenda, nessa tribo crescia um belo índio chamado Paranoá. Seu pai havia morrido por picada de
cobra cascavel e sua mãe foi embora para outras terras na companhia de um jovem
guerreiro. A criança ficou, assim,
entregue aos cuidados do cacique. Os dois se davam muito bem, mas a cada dia
preocupavam-se porque a tribo diminuía.
Certo
dia, Tupã apareceu a Paranoá em sonhos. Disse que Paranoá deveria ficar vivendo
no Cerrado, mesmo quando todo seu povo tivesse partido. Disse ainda que
mandaria uma linda mulher a quem Paranoá deveria amar: com ela teria filhos e povoaria toda aquela
terra.
Obediente,
Paranoá ficou sozinho aguardando sua prometida. Enquanto esperava, Paranoá andava pelas matas e foi durante essas
caminhadas solitárias que Jaci, a lua, de tanto admirar, se apaixonou por ele.
Um
dia, Paranoá ouviu sons diferentes na floresta e foi verificar. Avistou uma
mulher, observou que ela era muito
linda e perguntou:
-É
você a minha prometida?
A
mulher estendeu os braços e afirmou:
_
Sim. Sou Brasília.
Paranoá,
fiel a seu sonho começou a andar em direção a Brasília. Finalmente não estaria
mais sozinho.
De
repente, no entanto, percebeu que seu coração já tinha dona: era de Jaci, a
lua. O amor dela tinha sido constante
durante todos aqueles anos.
Tupã,
percebeu o que estava acontecendo e,
decepcionado com Paranoá, resolveu
transformá-lo num lago, cujos braços estendidos tentam alcançar Brasília. Esta,
foi transformada numa cidade.
Os moradores
da cidade contam que, um dia, se Jaci conseguir elevar Paranoá até o céu para
viver com ela, Brasília desaparecerá tão rápido quanto surgiu.