Era uma vez um cacique da tribo tupi, forte, corajoso e que possuía uma linda filha chamada Jandira.
Jandira era a mais
bela índia que nascera nas tabas brasileiras: vestida de penas de tucano, com
uma beleza selvagem, Jandira encantava
os jovens guerreiros da nação tupi.
Entre os tupis era
costume realizar a Festa da Mocidade, que se repetia duas a três vezes por ano,
sempre que um certo número de rapazes completavam quinze anos de idade.
Nessa ocasião, os
jovens, para se tornarem guerreiros submetiam-se a duas provas difíceis: uma
caçada e luta guerreira. O vencedor era festejado e tinha direito a se casar
com a índia mais bonita da tribo. E naquele ano, o cacique havia designado a
mão de Jandira a quem vencesse as provas.
Aruamã, descendente
de antigos vencedores daquelas provas, era um jovem índio muito forte, mas que
não gostava de lutas e sim de confeccionar vasos de barro. Muito habilidoso,
ficava horas esquecidas fazendo cerâmica com muito capricho. Seu pai achava um
absurdo e reclamava dizendo que cerâmica era para velhos e mulheres. Então,
para agradar seu pai, passou a treinar e preparar-se para a festa.
À medida que se
aproximava o dia da prova guerreira, Aruamã entristecia-se porque seu coração
já tinha dona. Ele pertencia à doce indiazinha Lua Nova, filha do pajé. E este
amor era correspondido. Mas se Aruamã vencesse a prova teria de casar-se com
Jandira. Por isso, Aruamã foi consultar o velho feiticeiro e pediu-lhe um
conselho. O velho feiticeiro prometeu ajudá-lo com suas mágicas e beberagens
após o torneio.
No dia da festa, os
índios estavam alegres. Bebiam cauim, cantavam para Coroaci, o Deus do Sol. E o
torneio começou:
Dentre os caçadores
a flecha de Aruamã foi a mais certeira, sua caça foi a mais bonita e, na luta
guerreira, seu braço foi o mais forte. O cacique, feliz, entregou ao jovem
Aruamã a mão de Jandira.
Mas o amor de Lua
Nova e Aruamã não aceitava a decisão do chefe
e juntos foram `a oca do pajé, recebendo das mãos trêmulas do curandeiro
uma bebida escura que os fez dormir. Depois o pajé envolveu-os em folhas de carnaubeiras
e chamando o Caburé, a coruja sagrada, pediu-lhe que ensinasse aos jovens o
segredo do vôo. Em seguida dançou e cantou a noite inteira em volta do fogo.
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